Auditório do MPT fica lotado para debater combate ao trabalho infantil

Com grande participação de agentes públicos, professores, conselheiros tutelares e jovens, foi realizada na tarde desta quarta-feira (27/04) na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), no Corredor da Vitória, a audiência pública sobre a atuação do Comitê Intersetorial de Combate ao Trabalho Infantil de Salvador (Cicomti).

O evento foi organizado conjuntamente pelos integrantes do organismo, criado para articular a rede de proteção da infância e da juventude para a execução de políticas públicas relativas ao tema na capital baiana. Durante o evento, foram apresentados números preocupantes de crescimento do trabalho infantil, mas ao mesmo tempo uma esperança de enfrentamento da questão pela soma de esforços.

O evento foi aberto em grande estilo com a apresentação teatral e musical “ECA e nós, acolhendo laços e sonhos”, feita por alunos da oficina cultural de dança da Fundação Cidade Mãe, através do Centro de Convivência Bariri das Artes, sob a coordenação de Veronica Oliveira. Em seguida, o procurador-chefe do MPT na Bahia, Luís Carneiro, deu as boas-vindas e destacou a presença de tantas pessoas no evento. “Que a força dessa apresentação ilumine nossa tarde. Estamos fazendo hoje o primeiro grande evento presencial no MPT na Bahia desde o início da pandemia e não poderíamos ter retomada de forma melhor do que esta, com um auditório lotado e tão amplamente representado”.

Também presente ao evento, a subsecretária municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer, Tainá Barros, lembrou do grande desafio para o Comitê. “Com a pandemia e o distanciamento de crianças e jovens da escola, temos um grave problema de crescimento do trabalho infantil em nossa cidade que precisamos combater”, frisou. Já a secretária municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude, Fernanda Lordêlo, lembrou da necessidade de unir esforços para enfrentar o quadro atual. “Quando trabalhamos em rede por um propósito tão essencial como o de combater o trabalho infantil, vamos reduzir esses dados alarmantes que cresceram muito na pandemia”, previu.

A representante do Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Adolescente da Bahia (Fetipa), Gildete Sodré, foi na mesma linha da defesa de ações coordenadas e sempre executadas em rede. “Um evento como este é fundamental para fazer com que todos participem do efetivo combate ao trabalho infantil em nosso estado”. Coube a Márcia Santos, gestora do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da Secretaria estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia (SJDHDS) fazer a exposição sobre os dados e as políticas públicas para o enfrentamento do problema. “A gente vê hoje uma clara situação de agravamento do quadro do trabalho infantil em todo o estado e precisamos combater isso juntos”.

Márcia Santos destacou uma fala do procurador chefe do MPT na Bahia em relação ao combate ao trabalho escravo durante a abertura da audiência pública. O que o dr. Luís Carneiro trouxe aqui foi uma fala muito forte em relação ao trabalho escravo. “Nós sabemos que quase todos os trabalhadores resgatados nas operações tiveram uma história de trabalho infantil”, alertou. Também estiveram presentes ao evento a procuradora regional do MPT Virginia Senna, e a coordenadora de combate ao trabalho infantil do MPT na Bahia, a procuradora Andrea Tannus, além da vereadora Marta Rodrigues.

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